Fé: Eli x Carnegie – O Livro de Eli

O intuito desses textos não é fazer uma análise crítica da obras cinematográficas, mas conseguir extrair delas uma mensagem relevante para os nossos dias. Gostei de “O Livro de Eli”, com Denzel Washington (http://pt.wikipedia.org/wiki/Denzel_Washington) e Gary Oldman (http://pt.wikipedia.org/wiki/Gary_Oldman). Creio que o filme toca em um ponto crucial nos dias de hoje: a fé. Só para que você não se sinta perdido, caso não tenha visto o filme, o cenário da história é pós-apocalíptico. O que sabemos é que todas as Bíblias do planeta foram queimadas e, provavelmente, por causa da religião, guerras se instauraram no planeta, destruindo completamente a forma de viver que conheçemos hoje. A história se passa 30 anos após esse ocorrido. Nesse período conheçemos dois personagens centrais da história: Eli (Denzel Washington) e Carnegie (Gary Oldman). Eli representa a fé verdadeira, aquela que não se explica e não se vê. Um homem que “escutou uma voz” dizendo-lhe para ir para o oeste e proteger a única Bíblia do planeta, e crê nisso com todo o coração. Carnegie representa a fé falsa, manipuladora. Um homem que quer aproveitar um mundo sem fé para manipulá-lo justamente através dela. Para isso, durante anos ele vem procurando uma Bíblia, sem sucesso.

Esse cenário se torna semelhante aos dias de hoje, mesmo que o apocalipse ainda não tenha chegado. Eu estou farto de ver homens que manipulam através da fé. No entanto, apesar da indignação, há uma impotência quanto ao que posso fazer para reverter essa situação. Isso é possível? Isso tem que ser feito? Sinceramente, eu não sei. No caso de Eli, seus motivos são bons, mas será que se ele alcançar o seu objetivo de levar a Bíblia para o oeste, ocorrerão coisas boas no mundo por causa disso? Tem que acontecer coisas boas ou as coisas más também tem que vir? É sempre complicado analisar esse tema. Fé não se explica, se vive. Eu creio que ela é íntima e pessoal. Não temos capacidade de avaliar definitivamente o tamanho da fé de uma pessoa, e até mesmo a nossa. Conseguimos dizer que ela é grande ou pequena, mas quão grande e quão pequena ela é, verdadeiramente? Em alguns momentos ela é inabalável, pouco tempo depois ela se esvai. A fé é volúvel em nós, e por mais que lutemos, teremos que administrar isso durante a nossa vida. E veja bem, não estou aqui falando somente da fé em Deus não. Falo da fé no outro, nos valores, na sociedade, na sua família, em você mesmo. Enfim, em tudo aquilo em que você acredita e que te faz caminhar.

Eu creio que o mais importante nisso tudo sempre vai ser a verdade. Deixa eu explicar. É claro que a fé é algo bom. Porém, há algo em nós que burla isso em nossa mente. Substituimos a fé por mentiras e hipocrisias. E sem percebermos, estamos nos movendo sobre algo que é verdadeiro, mas que utilizamos de mentiras para mantê-lo funcionando. Você consegue entender o que eu falo? Começamos como Eli e terminamos como Carnegie. Mas qual é a diferença entre um e outro? Ambos acreditavam que tinham a solução para o mundo. A diferença é que por mais que estivesse enganado, Eli se movia com coração puro, sobre a verdade. Carnegie sabia que teria que mentir para conseguir seus objetivos.

Não quero me alongar muito, só gostaria de deixar essa mensagem com vocês. Busque sempre a verdade, mas não se iluda. Todos nós temos a capacidade de mentir, e fazemos isso sempre. Lutemos juntos contra isso.

httpv://www.youtube.com/watch?v=t3qJj_ljctE