Adoração – Vida cristã significante e prática

A cada dia que passa, percebo que a vida cristã é uma expressão de amor ao próximo. Acredito que não existe outra forma de dizer que amamos a Deus que não seja amando o nosso irmão.

Em meio a essa reflexão, acabei voltando ao velho tema da adoração. Por que devemos adorar? Eu sei que é um assunto batido, mas é sempre bom relembrar alguns princípios. Primeiramente, que fique claro que não estou limitando o ato de adorar aos rituais que ocorrem nas comunidades evangélicas que existem por aí. Quero olhar para essa ação de uma forma mais abrangente e essencial, tentando fugir ao máximo dos rótulos e paradigmas que o tema já possui.

O primeiro ponto relevante é que qualquer ato de adoração não acrescenta nada a Deus que ele já não possua. Entendo que adorar é o ato de criar um momento oportuno,  no qual nos colocamos, de forma consciente e espiritual, em condições de ter um encontro com Deus. Na Bíblia, está escrito que Adão se encontrava com Deus todos os dias ao por do sol. É uma boa figura, porém, hoje não existe uma hora ou um local específico para esse encontro e sequer existe uma forma específica. É algo espiritual, real e tem muito mais a ver com a sinceridade do coração do homem em querer tocar o divino. É algo que tem muito mais a ver com uma consciência do que com um processo para alcançar um resultado, ainda que seja necessário, por menor que seja, realizar algum tipo movimento no mundo físico.

Quando nos colocamos nesse “lugar”, Ele vem. Porque Ele procura as pessoas que estão nesse lugar, e durante esse encontro de consciências, não há nada que possamos fazer para torná-lo maior do que o que Ele já é. Esse encontro só pode produzir algo em uma pessoa. Em nós mesmos. Adoramos para refletir em nós a Sua glória, que nada mais é do que a beleza do Seu caráter.

A medida que adoramos, Deus fica melhor traduzido em nós para aquele que ainda não o conheceu.

Deus quer uma família e não uma porção de gente fazendo coisas pra Ele. Ele não precisa dessas coisas, mas quer uma família de amigos e irmãos que se relacionem e reflitam a glória dEle em suas vidas. Sendo assim, glorificar a Deus não é aumentar a glória que Deus tem, mas sim entregarmos a nossa própria glória, para que, diminuídos, exista espaço para refletir a glória dEle.

O louvor e a oração também seguem o mesmo princípio. Louvamos e oramos não porque ele precisa, mas porque nós precisamos gerar uma consciência de grandeza e soberania de Deus em nossas próprias vidas. Para isso, relembramos as Suas características e os Seus feitos através do louvor. Oramos uns pelos outros para que as pessoas vejam a importância que elas têm nas nossas vidas, e não para que algo aconteça com elas de forma milagrosa. O tempo que se gasta com oração e com o louvor, não serve para alcançar um resultado, mas sim para gerar em nós uma consciência de valor, e esse valor está diretamente relacionado a glória de Deus (a beleza do Seu caráter) refletida em nós.

Eu tenho entendido que a vida cristã pode ser muito mais simples e prática do que aquilo que tem se ensinado por aí, e ao mesmo tempo, mais significativa. Espero que o texto tenha servido a esse propósito. Um grande abraço.