Autor: Bruno Guedão

  • Santidade – Vida cristã significante e prática

    Santidade – Vida cristã significante e prática

    Santidade é uma palavra bem comum no meio cristão e, geralmente, é associada a um processo de aproximação de Deus por meio da abstenção de práticas consideradas pecaminosas. O conceito de que quanto menos você comete pecado, mais santo você é, e de que quanto mais você peca, mais longe está de Deus, tem sido ensinado há anos. Porém, entendo que viver em santidade tem muito mais a ver com ser justo em um mundo injusto e, por isso, gostaria de observar esse processo sob um outro prisma, no qual a santificação tem muito mais a ver com a nossa relação com o próximo do que com o indivíduo em si.

    Hebreus 12:14 diz que “sem santificação, ninguém verá o Senhor”.

    Sinceramente, eu nunca vi com os meus olhos a figura de Deus. Eu nunca ouvi a sua voz e nunca vi nada sobrenatural de fato. Todas as maneiras pelas quais pude “enxerga-lo” de forma mais evidente até hoje foi através do outro. Todas as vezes que percebi a manifestação de Deus na minha vida foi através do outro. Através de suas palavras e, principalmente, de suas vidas. Acredito que isso é fruto de santificação. Pessoas que adotam e vivem os valores do Reino, revelam a Deus. É claro que em momentos de solidão, podemos percebe-lo em nossa consciência (ou em nosso espírito), mas até mesmo isso pode ser considerado fruto de uma relação com outra pessoa. Algum dia, alguém te falou, te mostrou, e hoje você “vê”.

    Nosso olhar egoísta nos faz enxergar a santificação como algo a ser alcançado para benefício pessoal, quando, na verdade, devemos nos santificar para revelarmos Deus para o outro através de nossas vidas. Isso muda muita coisa, porque eu deixo de viver de determinada maneira não por minha causa, mas como um serviço ao próximo, para que ele veja Deus e seja transformado. Quando vivo de forma egoísta e equivocada não só privo o outro de enxergar a Deus através de mim, como envergonho essa pessoa. Além, é claro, de trazer consequências muitas vezes desastrosas para nossas próprias vidas. Da mesma forma, somos transformados quando nos relacionamos com pessoas que vivem de forma justa. Isso tem tudo a ver com a missão e a identidade da Igreja, mas isso é um outro assunto.

    Não acredito que Deus deixe de se aproximar de uma pessoa por causa daquilo que se chama pecado. Não faz sentido e anula tudo o que entendo sobre a obra de Cristo. Ele é onipresente e está em todos os lugares. Porém, só é manifestado através daquele que se santifica, e não estou falando de aparições sobrenaturais, mas sim da justiça que é pregada através da vida dessa pessoa.

    Portanto, vamos alimentar esse ciclo. Busquemos a santidade para revelarmos Deus para o outro e sejamos transformados por aqueles que nos cercam e pregam a justiça de Deus com suas próprias vidas.

    Esse foi mais um texto da série “Vida significante e prática”, o primeiro foi sobre Adoração. Espero que vocês tenham gostado. Um grande abraço.

     

  • Adoração – Vida cristã significante e prática

    Adoração – Vida cristã significante e prática

    A cada dia que passa, percebo que a vida cristã é uma expressão de amor ao próximo. Acredito que não existe outra forma de dizer que amamos a Deus que não seja amando o nosso irmão.

    Em meio a essa reflexão, acabei voltando ao velho tema da adoração. Por que devemos adorar? Eu sei que é um assunto batido, mas é sempre bom relembrar alguns princípios. Primeiramente, que fique claro que não estou limitando o ato de adorar aos rituais que ocorrem nas comunidades evangélicas que existem por aí. Quero olhar para essa ação de uma forma mais abrangente e essencial, tentando fugir ao máximo dos rótulos e paradigmas que o tema já possui.

    O primeiro ponto relevante é que qualquer ato de adoração não acrescenta nada a Deus que ele já não possua. Entendo que adorar é o ato de criar um momento oportuno,  no qual nos colocamos, de forma consciente e espiritual, em condições de ter um encontro com Deus. Na Bíblia, está escrito que Adão se encontrava com Deus todos os dias ao por do sol. É uma boa figura, porém, hoje não existe uma hora ou um local específico para esse encontro e sequer existe uma forma específica. É algo espiritual, real e tem muito mais a ver com a sinceridade do coração do homem em querer tocar o divino. É algo que tem muito mais a ver com uma consciência do que com um processo para alcançar um resultado, ainda que seja necessário, por menor que seja, realizar algum tipo movimento no mundo físico.

    Quando nos colocamos nesse “lugar”, Ele vem. Porque Ele procura as pessoas que estão nesse lugar, e durante esse encontro de consciências, não há nada que possamos fazer para torná-lo maior do que o que Ele já é. Esse encontro só pode produzir algo em uma pessoa. Em nós mesmos. Adoramos para refletir em nós a Sua glória, que nada mais é do que a beleza do Seu caráter.

    A medida que adoramos, Deus fica melhor traduzido em nós para aquele que ainda não o conheceu.

    Deus quer uma família e não uma porção de gente fazendo coisas pra Ele. Ele não precisa dessas coisas, mas quer uma família de amigos e irmãos que se relacionem e reflitam a glória dEle em suas vidas. Sendo assim, glorificar a Deus não é aumentar a glória que Deus tem, mas sim entregarmos a nossa própria glória, para que, diminuídos, exista espaço para refletir a glória dEle.

    O louvor e a oração também seguem o mesmo princípio. Louvamos e oramos não porque ele precisa, mas porque nós precisamos gerar uma consciência de grandeza e soberania de Deus em nossas próprias vidas. Para isso, relembramos as Suas características e os Seus feitos através do louvor. Oramos uns pelos outros para que as pessoas vejam a importância que elas têm nas nossas vidas, e não para que algo aconteça com elas de forma milagrosa. O tempo que se gasta com oração e com o louvor, não serve para alcançar um resultado, mas sim para gerar em nós uma consciência de valor, e esse valor está diretamente relacionado a glória de Deus (a beleza do Seu caráter) refletida em nós.

    Eu tenho entendido que a vida cristã pode ser muito mais simples e prática do que aquilo que tem se ensinado por aí, e ao mesmo tempo, mais significativa. Espero que o texto tenha servido a esse propósito. Um grande abraço.

  • O poeta sem voz

    O poeta sem voz

    Certa vez, ouvi falar que o poeta sente e carrega a dor do mundo. Ele percebe as coisas ao seu redor com uma sensibilidade diferente da maioria das pessoas. Ele enxerga com a sua alma. Dois casos me chamaram a atenção durante essa semana e me fizeram refletir sobre a figura do poeta: O lançamento do novo clipe de Thalles Roberto, um famoso cantor de música “gospel”, e o lançamento do filme que conta a história de Renato Russo e a sua Legião Urbana.

    A música de Thalles se chama “Filho Meu” e utiliza uma linguagem pouco usual no meio cristão. Apesar de estar sendo considerada herética por muitos, eu não vou discutir a sua teologia e nem o aspecto comercial da coisa. Deixarei isso para os teólogos chatos de plantão – os legais que quiserem também. Na minha opinião, Thalles é um artista nato enlatado pelo sistema. Não sou fã da sua música, mas reconheço o prazer que ele demonstra ao expressar, de forma particular, sua verdade através de suas canções. Já escrevi em outra ocasião sobre a incompatibilidade de ser um artista dentro da igreja cristã. Infelizmente, muitos paradigmas ainda afetam essa questão e Thalles é, ao mesmo tempo, vítima e culpado dessa relação. Vítima porque talvez não se sinta livre para ser quem é, e culpado porque para ter alguma voz tem que se adequar e entrar no “esquema” (virar um pastor, por exemplo). O verdadeiro artista não impõe limites para a sua natureza, e aí já podemos encontrar um ponto de choque. Ser um artista associado a uma religião é muito complicado. Como, em meio às certezas de alguns princípios e ensinamentos, podemos expressar uma arte verdadeira, que por definição não pode ter uma só interpretação? O meu intuito com esse texto é refletir sobre a voz do poeta e a sua identidade.

    Na última semana estreou um filme que conta a história de Renato Russo, vocalista da banda Legião Urbana. Renato foi um dos maiores poetas dos anos 80-90 e, queiram ou não, a sua arte alcançou e mobilizou milhares de pessoas por todo o país. Ele pode até não ser o melhor, mas foi a figura que encontrei para tentar traçar o perfil de um poeta.

    O poeta não é o dono da razão. Ele põe pra fora coisas boas e coisas ruins, mas entende o ser humano profundamente e ajuda as pessoas a olharem para dentro de si, abrindo o seu mundo interior. Alguns deles tem a capacidade quase patológica de sentir as dores do mundo. Na música “Via Láctea”, Renato canta uma frase que ilustra bem essa condição:

    “Queria ser como os outros e rir das desgraças da vida ou fingir estar sempre bem. Ver a leveza das coisas com humor, mas não me diga isso.”

    O poeta, assim como um profeta, por muitas vezes é um grito vivo que anda por aí. Em outra canção, ele canta:

    “Dissestes que se tua voz tivesse força igual à imensa dor que sentes, teu grito acordaria não só a tua casa mas a vizinhança inteira…”

    Essa frase mostra que o poder da arte de um poeta está naquilo que ele sente, naquilo que ele acredita de verdade. Não pode ser uma coisa enlatada, fabricada para alcançar um objetivo. Quando a música (ou qualquer arte) tem um objetivo definido que não seja a mais pura necessidade de seu autor se expressar, ela perde a questão essencial que a define como arte e se torna um produto enlatado. Acredito que o dilema em relação a figura do Thalles é essa. Ele não se define nem como artista e nem como um “pastor”. Sambando em cima desse muro, fica difícil entender o que ele está produzindo.

    Observada essa questão, percebo que é realmente desafiador transitar nessa esfera. Falo por experiência própria. Porém, uma coisa tenho aprendido e me esforçado para fazer. Apesar de todos os defeitos do ser humano, de todas as fraquezas e pecados, o artista não deve tentar enganar a si próprio. Ninguém é unanimidade e vai conseguir agradar todo mundo. Portanto, tentar agradar a todos é um equivoco. Aqueles que hoje gostam, amanhã não gostarão mais. Todos nós estamos em metamorfose o tempo todo e é normal ocorrerem essas divergências com o tempo. O artista só abranda os seus demônios quando libera a sua arte. Então, por mais que isso pareça egoísmo (e não é), ele só tem a obrigação de agradar uma única pessoa: A si próprio.

  • Contigo (2012) – Single

    Contigo (2012) – Single

    Como eu te amo
    Como eu te quero
    Às vezes procuro
    Às vezes espero
    Na boca um canto
    No canto palavras
    Que contam histórias
    Que trazem memórias

    Do quanto eu te amo
    Do quanto eu te quero
    De todos os riscos
    Das minhas escolhas
    Durante a procura
    Durante a espera
    Te sinto ao meu lado
    Sem ti não sou nada

    Tudo o que me importa é estar contigo
    O que me importa é estar contigo
    O que me importa é estar contigo
    Estar contigo… Contigo

    No meu interior, como um alvorecer
    Trazendo o calor, Te sinto a me preencher
    Não é fascinação, é puro e real
    Contigo quero estar pra sempre

    Bruno Guedão © 2011. Todos os direitos reservados.

    Licença Creative Commons

    httpv://www.youtube.com/watch?v=0BDvF96BAXg

  • Cidade dos Anjos (2013) – Single

    Cidade dos Anjos (2013) – Single

    Na cidade dos anjos
    Todo mundo está te olhando
    Todo mundo está vendo
    O que você está fazendo

    Na cidade dos anjos
    Todo mundo está voando
    Totalmente embriagados
    Nas idéias do passado

    La, la, la, la, la, la, la, la
    La, la, la, la, la, la, la, la

    Na cidade dos anjos
    Todo mundo está parado
    Tatuados nas paredes
    De um templo inacabado

    Na cidade dos anjos
    Todo mundo está prosa
    Festejando a noite inteira
    Tudo é de brincadeira

    La, la, la, la, la, la, la, la
    La, la, la, la, la, la, la, la

    Bruno Guedão © 2013. Todos os direitos reservados.

    Licença Creative Commons

    httpv://www.youtube.com/watch?v=tbk0r6aC8AQ

  • A Voz (2013) – Letra

    A Voz (2013) – Letra

     

     

    Como diria o palhaço
    Jamais serás quem tu não és
    Já discursou o presidente
    Yes We Can

    Falou o piscinalista
    A culpa é da sua mãe
    Já deduziu o detetive
    Tudo é elementar

    Pode falar
    O meu ouvido é seu
    A sua boca é minha
    Deixa eu falar
    O seu ouvido é meu
    A minha boca é sua

    Cantou um dia o poeta
    O tempo não pára não
    Já escreveu o dramaturgo
    Ser ou não ser, eis a questão

    Pregou um dia o Messias
    Receba agora o perdão
    Bradou um dia o pacifista
    Deus não tem religião

    Pode falar
    O meu ouvido é seu
    A sua boca é minha
    Deixa eu falar
    O seu ouvido é meu
    A minha boca é sua

    A voz que falou um dia
    Hoje fala em nossas almas
    A verdade que jamais existirá
    Para aqueles que não sabem amar

    Bruno Guedão © 2013. Todos os direitos reservados.

    Licença Creative Commons

  • Fix You (Coldplay) – Ao Vivo – Republika Music Nation

    Fix You (Coldplay) – Ao Vivo – Republika Music Nation

    Coldplay é a banda que mais tem me influenciado nos últimos anos. No REPUBLIKA pude cantar duas músicas deles. Aí está “Fix You” encerrando o show.

    httpv://www.youtube.com/watch?v=NvhpKsQp6mg