Tag: poesia

  • O Homem Bom (2013) – Single

    O Homem Bom (2013) – Single

    Havia bondade
    Nas minhas palavras
    Levadas pelo vento
    Inflava os corações

    Revolucionários
    Sedentos por verdade
    Uma comunidade
    Soldados do amor

    Incompreendido
    Os pensamentos
    Distorcidos por aqueles
    Que só olham para si

    Esse não sou eu
    O que fizeram
    Com as pétalas da rosa
    Que jamais desabrochou

    O amor de um se transformou
    Na raiva e no furor de toda uma nação
    Ninguém pôde me entender
    Tudo que eu sei é que amei

    A lágrima escorre
    Nos livros de história
    Sei que jamais serei
    O homem bom que fui outrora

    Bruno Guedão © 2013. Todos os direitos reservados.

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  • Bandeira (2014) – Single

    Bandeira (2014) – Single

    Mesmo que os céus se tornem em chamas
    O piso firme, um mar de lama
    Eu levantarei a Tua bandeira

    Seja noite, seja dia
    Seja a hora mais tardia
    Eu levantarei a Tua bandeira

    Mesmo que as cores abandonem o olhar
    Que ao cantar a canção, começe a desafinar
    Eu levantarei a Tua bandeira

    Seja a morte, seja a vida
    Na chegada ou na partida
    Eu levantarei a Tua bandeira

    Muitas vozes, na trilha da estrada
    Na velocidade, no rastro da estrela
    Que no deserto um dia eu vi
    Rasgar os céus e Te desvendar pra mim

    No pano velho do coração
    Teu nome escrevi
    No mastro da vida
    Eu pude hastear

    A bandeira mais linda, do povo mais lindo
    Com a história mais linda que poderia existir

    Bruno Guedão © 2011. Todos os direitos reservados.

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  • Legião (2014) – Single

    Legião (2014) – Single

    São como uma legião
    Em devaneios fincam estacas
    Loucos dentro da prisão
    Voam sempre contra o vento

    Desafiando a razão
    Em prol daquilo que acreditam
    Bebem músicas de amor
    Dentro secam toda a dor

    Ohhhhh, Ohhhhh

    A hora chegou
    Não há mais tempo a perder
    O dia vai amanhecer

    O dia raiou
    Há tanta coisa para ver
    Há tanta coisa pra viver

    Bruno Guedão © 2013. Todos os direitos reservados.

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  • Canções Eternas (2013) – Letra

    Canções Eternas (2013) – Letra

     

     

    Você no vento
    Soprou-me a um lugar
    Onde tudo é nada
    E do nada nascerá

    O medo é a ilusão
    De um futuro que não será
    A morte é a vida
    Que está a descansar

    Contemplar aquilo que você criou
    Escutar o céu melodiar
    As canções eternas que você cantou
    Ao universo desenhar

    Perene é o tempo
    Quando contigo estou
    A sombra da alma
    Sua luz iluminou

    O destino é a soma
    Minhas escolhas, seus acasos
    A felicidade é
    Viver pra sempre ao seu lado

    Bruno Guedão © 2013. Todos os direitos reservados.

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  • Viagem Sem Volta (2013) – Letra

    Viagem Sem Volta (2013) – Letra

     

     

    A viagem é sem volta
    As velas alçadas
    O porto à distância
    Começou a jornada
    De uma vida ancorada
    Em poços profundos
    Repletos de anseios
    E paixões, sobretudo

    Eu Te desbravarei
    Lutarei contra as ondas do mar
    Contra os ventos que intentam
    Me afastar de Ti

    Em Ti navegarei
    Vou seguindo a corrente do amor
    Pra que eu possa atracar
    Em Teu coração

    A viagem é longa
    O tempo de uma vida
    O porto, uma reza
    É chegada a partida
    De uma vida cansada
    De tantas verdades
    Para aqueles que ficam
    Só lhes resta a saudade

    Bruno Guedão © 2013. Todos os direitos reservados.

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  • O poeta sem voz

    O poeta sem voz

    Certa vez, ouvi falar que o poeta sente e carrega a dor do mundo. Ele percebe as coisas ao seu redor com uma sensibilidade diferente da maioria das pessoas. Ele enxerga com a sua alma. Dois casos me chamaram a atenção durante essa semana e me fizeram refletir sobre a figura do poeta: O lançamento do novo clipe de Thalles Roberto, um famoso cantor de música “gospel”, e o lançamento do filme que conta a história de Renato Russo e a sua Legião Urbana.

    A música de Thalles se chama “Filho Meu” e utiliza uma linguagem pouco usual no meio cristão. Apesar de estar sendo considerada herética por muitos, eu não vou discutir a sua teologia e nem o aspecto comercial da coisa. Deixarei isso para os teólogos chatos de plantão – os legais que quiserem também. Na minha opinião, Thalles é um artista nato enlatado pelo sistema. Não sou fã da sua música, mas reconheço o prazer que ele demonstra ao expressar, de forma particular, sua verdade através de suas canções. Já escrevi em outra ocasião sobre a incompatibilidade de ser um artista dentro da igreja cristã. Infelizmente, muitos paradigmas ainda afetam essa questão e Thalles é, ao mesmo tempo, vítima e culpado dessa relação. Vítima porque talvez não se sinta livre para ser quem é, e culpado porque para ter alguma voz tem que se adequar e entrar no “esquema” (virar um pastor, por exemplo). O verdadeiro artista não impõe limites para a sua natureza, e aí já podemos encontrar um ponto de choque. Ser um artista associado a uma religião é muito complicado. Como, em meio às certezas de alguns princípios e ensinamentos, podemos expressar uma arte verdadeira, que por definição não pode ter uma só interpretação? O meu intuito com esse texto é refletir sobre a voz do poeta e a sua identidade.

    Na última semana estreou um filme que conta a história de Renato Russo, vocalista da banda Legião Urbana. Renato foi um dos maiores poetas dos anos 80-90 e, queiram ou não, a sua arte alcançou e mobilizou milhares de pessoas por todo o país. Ele pode até não ser o melhor, mas foi a figura que encontrei para tentar traçar o perfil de um poeta.

    O poeta não é o dono da razão. Ele põe pra fora coisas boas e coisas ruins, mas entende o ser humano profundamente e ajuda as pessoas a olharem para dentro de si, abrindo o seu mundo interior. Alguns deles tem a capacidade quase patológica de sentir as dores do mundo. Na música “Via Láctea”, Renato canta uma frase que ilustra bem essa condição:

    “Queria ser como os outros e rir das desgraças da vida ou fingir estar sempre bem. Ver a leveza das coisas com humor, mas não me diga isso.”

    O poeta, assim como um profeta, por muitas vezes é um grito vivo que anda por aí. Em outra canção, ele canta:

    “Dissestes que se tua voz tivesse força igual à imensa dor que sentes, teu grito acordaria não só a tua casa mas a vizinhança inteira…”

    Essa frase mostra que o poder da arte de um poeta está naquilo que ele sente, naquilo que ele acredita de verdade. Não pode ser uma coisa enlatada, fabricada para alcançar um objetivo. Quando a música (ou qualquer arte) tem um objetivo definido que não seja a mais pura necessidade de seu autor se expressar, ela perde a questão essencial que a define como arte e se torna um produto enlatado. Acredito que o dilema em relação a figura do Thalles é essa. Ele não se define nem como artista e nem como um “pastor”. Sambando em cima desse muro, fica difícil entender o que ele está produzindo.

    Observada essa questão, percebo que é realmente desafiador transitar nessa esfera. Falo por experiência própria. Porém, uma coisa tenho aprendido e me esforçado para fazer. Apesar de todos os defeitos do ser humano, de todas as fraquezas e pecados, o artista não deve tentar enganar a si próprio. Ninguém é unanimidade e vai conseguir agradar todo mundo. Portanto, tentar agradar a todos é um equivoco. Aqueles que hoje gostam, amanhã não gostarão mais. Todos nós estamos em metamorfose o tempo todo e é normal ocorrerem essas divergências com o tempo. O artista só abranda os seus demônios quando libera a sua arte. Então, por mais que isso pareça egoísmo (e não é), ele só tem a obrigação de agradar uma única pessoa: A si próprio.

  • A Voz (2013) – Letra

    A Voz (2013) – Letra

     

     

    Como diria o palhaço
    Jamais serás quem tu não és
    Já discursou o presidente
    Yes We Can

    Falou o piscinalista
    A culpa é da sua mãe
    Já deduziu o detetive
    Tudo é elementar

    Pode falar
    O meu ouvido é seu
    A sua boca é minha
    Deixa eu falar
    O seu ouvido é meu
    A minha boca é sua

    Cantou um dia o poeta
    O tempo não pára não
    Já escreveu o dramaturgo
    Ser ou não ser, eis a questão

    Pregou um dia o Messias
    Receba agora o perdão
    Bradou um dia o pacifista
    Deus não tem religião

    Pode falar
    O meu ouvido é seu
    A sua boca é minha
    Deixa eu falar
    O seu ouvido é meu
    A minha boca é sua

    A voz que falou um dia
    Hoje fala em nossas almas
    A verdade que jamais existirá
    Para aqueles que não sabem amar

    Bruno Guedão © 2013. Todos os direitos reservados.

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