Santidade – Vida cristã significante e prática

Santidade é uma palavra bem comum no meio cristão e, geralmente, é associada a um processo de aproximação de Deus por meio da abstenção de práticas consideradas pecaminosas. O conceito de que quanto menos você comete pecado, mais santo você é, e de que quanto mais você peca, mais longe está de Deus, tem sido ensinado há anos. Porém, entendo que viver em santidade tem muito mais a ver com ser justo em um mundo injusto e, por isso, gostaria de observar esse processo sob um outro prisma, no qual a santificação tem muito mais a ver com a nossa relação com o próximo do que com o indivíduo em si.

Hebreus 12:14 diz que “sem santificação, ninguém verá o Senhor”.

Sinceramente, eu nunca vi com os meus olhos a figura de Deus. Eu nunca ouvi a sua voz e nunca vi nada sobrenatural de fato. Todas as maneiras pelas quais pude “enxerga-lo” de forma mais evidente até hoje foi através do outro. Todas as vezes que percebi a manifestação de Deus na minha vida foi através do outro. Através de suas palavras e, principalmente, de suas vidas. Acredito que isso é fruto de santificação. Pessoas que adotam e vivem os valores do Reino, revelam a Deus. É claro que em momentos de solidão, podemos percebe-lo em nossa consciência (ou em nosso espírito), mas até mesmo isso pode ser considerado fruto de uma relação com outra pessoa. Algum dia, alguém te falou, te mostrou, e hoje você “vê”.

Nosso olhar egoísta nos faz enxergar a santificação como algo a ser alcançado para benefício pessoal, quando, na verdade, devemos nos santificar para revelarmos Deus para o outro através de nossas vidas. Isso muda muita coisa, porque eu deixo de viver de determinada maneira não por minha causa, mas como um serviço ao próximo, para que ele veja Deus e seja transformado. Quando vivo de forma egoísta e equivocada não só privo o outro de enxergar a Deus através de mim, como envergonho essa pessoa. Além, é claro, de trazer consequências muitas vezes desastrosas para nossas próprias vidas. Da mesma forma, somos transformados quando nos relacionamos com pessoas que vivem de forma justa. Isso tem tudo a ver com a missão e a identidade da Igreja, mas isso é um outro assunto.

Não acredito que Deus deixe de se aproximar de uma pessoa por causa daquilo que se chama pecado. Não faz sentido e anula tudo o que entendo sobre a obra de Cristo. Ele é onipresente e está em todos os lugares. Porém, só é manifestado através daquele que se santifica, e não estou falando de aparições sobrenaturais, mas sim da justiça que é pregada através da vida dessa pessoa.

Portanto, vamos alimentar esse ciclo. Busquemos a santidade para revelarmos Deus para o outro e sejamos transformados por aqueles que nos cercam e pregam a justiça de Deus com suas próprias vidas.

Esse foi mais um texto da série “Vida significante e prática”, o primeiro foi sobre Adoração. Espero que vocês tenham gostado. Um grande abraço.